domingo, 8 de fevereiro de 2009

Augusto Monterroso (1921-2003)


Já ando há algum tempo para vos falar dele, mas hoje, porque passam 6 anos sobre a sua morte, não escapa mesmo: Augusto Monterroso (Honduras; México)

Descobriu-o há uns dois anos atrás, li há pouco tempo o seu magnífico e desconcertante romance Lo demás es silencio (1978) - tradução portuguesa de 2008 da Oficina do Livro - e ando a desbravar o seu A ovelha negra e outras fábulas (1969) - edição portuguesa da Angelus Novus, 2008 - um livro de contos que em conjunto com a sua obra inicial, Obras completas (y otros cuentos), de 1959, o firmaram como um dos mestres do conto curto.

É dele o conto mais curto da história da literatura (do livro de 1959): El dinosaurio : Cuando despertó, el dinosaurio todavía estaba allí (”Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá” ).

Do de 1969, deixo-vos o conto que dá o título ao livro: A ovelha negra

"Num país longínquo existiu há muitos anos

uma Ovelha Negra.

Foi fuzilada.

Um século depois, o rebanho arrependido er-

gueu-lhe uma estátua equestre que ficou muito

bem no parque.

Assim, sucessivamente, de cada vez que apare-

ciam ovelhas negras eram rapidamente trespas-

sadas pelas armas para que as futuras gerações

de ovelhas comuns e correntes pudessem exer-

citar-se também na escultura.



Sem comentários:

Enviar um comentário